REBELDIA ADOLESCENTE
A imaturidade é parte essencial da adolescência. Ela não é um defeito, mas um caminho necessário rumo à maturidade. Neste post, entenda por que crescer leva tempo e como apoiar o adolescente sem apressar esse processo.
Maria Eduarda Perugini CRP 08-25661
4/19/20252 min read


Em nossa cultura, é comum que se espere dos adolescentes uma maturidade precoce — como se bastasse completar certa idade para assumir responsabilidades, escolhas e comportamentos de adulto. Mas será que é justo exigir isso de alguém que ainda está em construção?
A adolescência é um território de transição e de intensa reorganização interna. É marcada por contradições, impulsos, criatividade e rebeldia. Muitos pais se sentem frustrados ao perceber que, apesar de tudo o que investiram na educação de seus filhos, a adolescência parece trazer à tona desafios ainda maiores. Mas esse é, justamente, o ponto: o que aparece agora são ecos da infância e, mais ainda, expressões naturais de um processo de crescimento emocional.
A IMATURIDADE COMO PARTE DA SAÚDE
A imaturidade não é um problema a ser combatido, mas uma condição esperada — e, de certo modo, preciosa — da adolescência. Nela estão contidas as sementes da criatividade, do pensamento original, das ideias transformadoras e do desejo de um mundo diferente. Essa instabilidade emocional e comportamental é parte do que torna o adolescente tão único e cheio de possibilidades.
Existe sim uma herança genética para o amadurecimento, mas crescer é muito mais do que isso: é um processo que depende do ambiente, das experiências, dos vínculos, das perdas, dos encontros e até das frustrações.
CRESCER É, INCONSCIENTEMENTE, UMA FORMA DE "DESTRUIR"
Do ponto de vista emocional mais profundo, crescer pode ser sentido como um ato de agressão — como se, para se tornar adulto, o adolescente tivesse que "matar" simbolicamente os pais, os modelos anteriores. Isso ajuda a entender alguns comportamentos desafiadores, como a oposição às regras, as brigas em casa ou a busca por liberdade a qualquer custo. Trata-se, em parte, de um rito simbólico: o jovem busca ocupar o próprio lugar no mundo, e isso exige, em certo sentido, deixar de ser o filho que depende, para se tornar alguém que existe por si.
O PAPEL DOS PAIS E ADULTOS É OFERENCER UM AMBIENTE FACILITADOR
Muitos pais se perguntam: "O que eu faço com tudo isso?" A resposta não está em moldar o adolescente à força, mas em oferecer um espaço suficientemente seguro onde ele possa explorar, errar, tentar e construir sua identidade, sem a pressão de ter que acertar tudo de primeira.
A família, quando ainda disponível, é esse núcleo fundamental de acolhimento, mas outras redes de apoio — como professores, psicólogos e grupos sociais saudáveis — também podem ser pequenos refúgios onde o adolescente encontra suporte e espelhos de identificação.
NÃO APRESSE O PROCESSO
A pior armadilha é forçar a maturidade precoce. Quando a sociedade transfere responsabilidades adultas para adolescentes, o que surge não é um adulto pronto, mas alguém endurecido, travado em uma forma de maturidade falsa, que perdeu a vitalidade do seu próprio tempo.
Se deixarmos, a imaturidade se tornará um terreno fértil para a formação de um adulto criativo, ético e consciente de si. Por isso, respeitar esse tempo não é negligência: é sabedoria.
A IMATURIDADE DO ADOLESCENTE: UMA ETAPA ESSENCIAL DO CRESCIMENTO


Psicólogo Resposável: Maria Eduarda E. Perugini
CRP: 08/25661
Feito por Maria Eduarda Perugini - 2023
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