A infância e a adolescência são fases de intenso desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. O cérebro está em plena formação e, por isso, essas etapas são especialmente sensíveis às experiências vividas.

Tudo o que a criança sente, vive e aprende nesse período contribui diretamente para a construção da sua saúde mental na vida adulta. Por isso, é também nessa fase que a psicoterapia pode ter um impacto mais profundo e duradouro.

A Psicologia Infantil é a área da psicologia dedicada a compreender e cuidar dos processos psíquicos da infância e adolescência. Seu objetivo é avaliar, tratar e prevenir dificuldades emocionais, comportamentais e relacionais, criando um espaço seguro onde a criança possa se expressar, elaborar experiências difíceis e desenvolver recursos internos para lidar com seus conflitos.

Por meio do lúdico, a criança encontra caminhos para se comunicar, mesmo quando ainda não sabe colocar em palavras o que sente. A psicóloga, por sua vez, acolhe, escuta e interpreta, ajudando a criança a dar sentido ao que viveu e a encontrar formas mais saudáveis de se relacionar com o mundo.

PSICOTERAPIA INFANTIL

Ao contrário dos adultos, que conseguem compreender e comunicar abertamente suas emoções, raramente uma criança dirá espontaneamente que precisa de ajuda profissional,

FIQUEM ATENTOS AO COMPORTAMENTO DE SEUS FILHOS, E NÃO DEIXEM DE BUSCAR AJUDA QUANDO NECESSÁRIO.

Cuidar desde cedo faz toda a diferença

COMO FUNCIONA?

O processo acontece em etapas pensadas com muito cuidado:

ENTREVISTA INICIAL COM OS RESPONSÁVEIS: É o momento de ouvir quem convive com a criança, entender o que está acontecendo e traçar um plano de cuidado.

AVALIAÇÃO DA CRIANÇA: A psicóloga observa como a criança se expressa, brinca, se relaciona e reage a diferentes situações.

DEVOLUTIVA: Uma conversa com os pais para compartilhar os principais achados e pensar juntos no melhor caminho a seguir

INTERVENÇÃO PSICOTERAPÊUTICA: A criança passa a ser atendida de forma regular, com foco no vínculo, na escuta e no trabalho com suas emoções, medos, frustrações, desejos e conquistas.

ACOMPANHAMENTO DA FAMÍLIAcompanhamento da família: Reuniões periódicas com os responsáveis ajudam a integrar o que é trabalhado em sessão com a realidade da casa e da escola.

Importante: a avaliação é uma etapa importante, mas é o cuidado contínuo que realmente transforma. Quando a criança é escutada, acolhida e respeitada em seu tempo e jeito de ser, o processo terapêutico pode ser um caminho de crescimento profundo — para ela e para a família toda.

QUANDO BUSCAR AJUDA?

É importante observar a criança com sensibilidade. Alguns sinais podem indicar que algo não está bem emocionalmente, e que o acompanhamento psicológico pode ser necessário:

MUDANÇAS REPENTINAS NO COMPORTAMENTO: Alterações de humor intensas ou inexplicáveis; Automutilação ou machucados recorrentes; Distúrbios de sono ou apetite; Queixas físicas frequentes sem causa médica aparente (como dor de barriga, de cabeça ou enjoo constante).

DIFICULDADES NAS RELAÇÕES SOCIAIS: Isolamento; Agressividade ou explosões de raiva; Dificuldade para fazer e manter amizades; Conflitos constantes com irmãos, colegas ou adultos.

QUEDA NO RENDIMENTO ESCOLAR: Falta de interesse repentina pela escola; Dificuldade de concentração e atenção; Notas baixas ou recusa em participar das atividades escolares.

VIVÊNCIAS DE EVENTOS TRAUMÁTICOS: Mudanças importantes na rotina (como separação dos pais, mudança de cidade, troca de escola); Perdas significativas (como a morte de um ente querido ou de um animal de estimação); Situações de violência, bullying ou abuso.

ATRASOS NO DESENVOLVIMENTO: Dificuldades com linguagem e comunicação; Atraso nos hábitos de higiene e autonomia; Regressões comportamentais (voltar a fazer xixi na cama, falar como um bebê etc.); Dificuldades de aprendizagem

SINAIS DE SOFRIMENTO EMOCIONAL: Tristeza constante, desmotivação ou apatia; Baixa autoestima ou insegurança; Frases como “eu queria sumir”, “ninguém gosta de mim” ou “eu não sirvo para nada”; Ansiedade intensa; Comentários sobre morte ou suicídio, mesmo que pareçam “brincadeira”.